Tuesday 20 October 2009

Tornar-se.

É incrível a capacidade que o mundo tem de envolver aqueles que supostamente nele habitam, fazendo-os abandonar as coisas com que sentem mais prazer, até mesmo aquelas pessoas que tanto são amadas acabam sendo deixadas de lado.
Hora de mudanças, não?

Tuesday 1 September 2009

Salvação.

Quantas e com quantas já quisemos nos perder, proporcionarmos a verdadeira Dor de quem por Amor já chorou?

Wednesday 12 August 2009

Pertencer.

Não vou pertencer a alguém, isso acarretaria em uma culpa de ninguém.
Mas eu sempre irei querer perder-me nas cores do Arco-Íris, dizendo que que sou Amor por um você.

Thursday 16 July 2009

Proteger.

Sou Amor, já vos disse. Sou jorrar de uma única nascente, já vos declarei. Sou quem por ti daria a vida, daria toda e qualquer partícula de meu ser por mais um dia teu.
Em questionamentos repletos, tão pouco estruturados, sei que vivo. Possivelmente longe de ser uma dessas pessoas que possam te dizer o que fazer nesses momentos mais angustiantes. Possivelmente longe de ser a pessoa que poderia te encantar plenamente e não te decepcionar. Mas não há como filtrar tais momentos para que eles não existam, porém, há mais que isso, há a verdade naquilo que a ti disser. Acredite em mim, vivo para proteger-te.

Tuesday 14 July 2009

Apurado em sentir.

Entre dois mundos, entre dois extremos de um mesmo ser, encontra-se Cláudio Manuel da Costa. Persona única em diferentes aspectos, nasce em 1729 para marcar não somente sua época, mas toda a história da Literatura Brasileira.

Diferentemente dos outros árcades, desses que possuiam como primordial foco a Razão, Manuel da Costa traz, vertendo como fonte, uma poética rica em sentir, rica em exuberância, sem, de modo algum, vir a perder a beleza estética. Para tanto, ele é um dos principais usuários do soneto, forma estrutural poética marcante no Renascimento Português, e com ele traz também a fluidez de temas recorrentes ao íntimo humano, tais como: a vida, a morte e o amor.

Mas que valia há nas características listadas, sem, ao menos, uma prova textual? Possivelmente, nenhuma. Para isso, recorre-se a um de seus muitos sonetos: o oitavo.
"
Este é o rio, a montanha é esta,/estes os troncos, estes os rochedos;
" e nas entrelinhas o temor daquilo perdido que não mais voltará, daquele outro Cláudio que um dia vivera por entre "os mesmo arvoredos" naquela "mesma rústica floresta" e que não mais será. E é nessa primeira estrofe que desponta a tese, 'quem muda é o poeta (eu-lírico)', recheada de sentir, desse sofrer por não mais enquadrar-se nem ao mundo da "rústica floresta" nem ao mundo novo intelectual apresentado pela Corte.

Segue assim, no canto fluído da correnteza formada pelo fonema /s/, a tormenta dos obstáculos a surgir, dos troncos dos fonemas /r/ a supostamente atrapalhar o reconhecimento daquelas paisagens. "Tudo cheio de horror se manifesta," bem pondera o poeta, do amor por aquela terra que já destoa e não mais único amor, pois "Foi cena alegre, e urna é já funesta", ou seja, já morreu aquele primeiro eu-Cláudio, já ele abandonou suas raízes, deixando outras mais 'perfeitas' seus lugares tomarem.

Porém, Manuel da Costa, não é mais um homem que permite modificar-se sem contestar, não é, pois mais um de sua época que se deixaria abandonar a essência de seu ser. Cláudio é, verdadeiramente, "eterno retorno", é o homem que das mesmas águas mata a sede e que a cada novo suprir da necessidade - mesmo que apenas por lembrança - torna única e eterna a sensação, pois sabe que o sofrer para si será constância de crer na possibilidade do retorno.

Como bem ponderou: "Tudo me está a memória retratando;/Que da mesma saudade o infame ruído/Vem as mortas espécies despertando."

É, pois assim, e muito além disso, que Cláudio Manuel da Costa foi e será lido e, acima de tudo, sentido. Não foi esse apenas mais um Poeta, mas sim Homem-Poeta que nunca limitou-se ao rígido e estrutural, dando, portanto, vida a cada verso por si escrito.