Wednesday 3 December 2008

The guy behind the blue eyes.


Quando se pensa na invasão britânica, na invasão da música britânica na década de 60, pode-se acreditar que ela não tem nada de valor, que ela nem entra no aspecto literatura. Afinal, aqueles rapazes eram um amontoado de rebeldes que destruíam guitarras. Sim, eu falo do 'The Who'.

Mas mesmo com todas as polêmicas, com todas as destruições em potencial, com um baterista (Keith Moon) que vivi locão e que entrava em overdose em shows, com um Pete (Townshend) e seus olhos azuis que iniciava sempre as idéias - que iniciou Quadrophenia* - e que ainda foi acusado de pedofilia, e Roger Daltrey com suas tentativas de entregar ao The Who o melhor vocal e o que mais se enquadrava e para finalizar em perfeição se encontrava John Entwistle com seus solos mágicos de baixo. E cada qual com sua maestria marcou desde os anos 60 - passando por turnês e até se apresentando no Woodstock - até os dias atuais, e com certeza permanecerão por um futuro que não tem previsão de não mais existir.

Porém, é para as letras de suas músicas que quero chamar atenção, para a maestria de rimas bem feitas (claro que no inglês), para a tentativa de transcender a aparência de meros rebeldes e revoltados, eles queriam mostrar que por trás de uma adolescência ainda abalada pela segunda guerra mundial havia a seriedade de homens, havia um entendimento do mundo propriamente dele, e havia, antes de tudo uma genialidade de rivais - pois mesmo na união como banda, cada show e cada apresentação era uma guerra interna deles para apresentar quem era o maior, quem era o possuidor da maior perfeição em conjunto da maior inovação.

Eles, enfim, eram a harmonia dos díspares.
E para realmente chegar-se a um entendimento mais próximo de tudo aquilo que queriam passar, de tudo aquilo que queriam declarar - muitas vezes das formas mais confusas - não há melhor coisa que parar e sentir cada uma das letras de suas músicas, ler cada uma pausadamente, como se fossem os poemas das marcas de toda uma vida.

1 comment:

more one marketing's game. said...

Você deveria ser jornalista. Sério.

Mas eu concordo com tudo. Em menor escala, com menos fervor, mas concordo.

Eles eram fodas.